História
9 de abril de 2024 2024-04-30 14:16História
Nossa História
“A Fadi é um caminho, um horizonte, um despertar infinito para novos destinos"

A FADI fora fundada em 25 de abril de 1930, em um cenário de muitas mudanças históricas, sociais e econômicas. Estávamos em plena revolução de 1930, com grande influência da quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Isso afetou – diretamente – o Brasil, haja vista que nossa economia – à época – era estruturada na produção cafeeira, sendo os EUA o nosso maior exportador. Nesse contexto, em decorrência da crise, ocorrera o impulsionamento do Brasil para que se investisse no processo de industrialização.
Seguindo esse padrão de efervescência histórica, no Piauí, de acordo com o que apresenta Mestre Odilon Nunes, passávamos por um momento de liquidez política, sendo o governador Pires Leal deposto, assumindo o governo o vice-governador Humberto de Area Leão, este que fora nomeado interventor federal. Não obstante, frente aos vários atritos entre os líderes da Revolução no Piauí, o então governador acabou por deixar o cargo três meses depois, sendo nomeado interventor Joaquim de Lemos Cunha, este que não permaneceu, por muito tempo, no governo do estado, tendo um mandato de apenas quatro meses.
E, nesse contexto, fora fundada a Faculdade de Direito, a primeira escola de curso superior do Piauí, nas palavras do grande professor e Historiador Odilon Nunes, pertencente a APL (Academia Piauiense de Letras). Ou seja, em 1931, um sonho se tornara realidade, a criação da Faculdade de Direito do Piauí (FADI), a partir da iniciativa de Simplício de Sousa Mendes, de José de Arimathea Tito e de Joaquim Vaz da Costa.

Quem foi Simplício de Sousa Mendes?
Simplício de Sousa Mendes nasceu em Miguel Alves, em 21 de abril de 1882. O Desembargador Simplício Mendes foi Bacharel pela Faculdade de Direito de Recife (PE), formando-se 1908. Além de jurista, foi jornalista e escritor.
Um dos fundadores da Faculdade de Direito do Piauí, foi – também - professor catedrático de Teoria Geral do Estado, da FADI.
Professor de Direito Constitucional. Membro do Tribunal Regional Eleitoral e Presidente da Academia Piauiense de Letras e Litericultura. Diretor da Imprensa Oficial do Piauí e do Diário Oficial (1911). Como jornalista, teve notável e projetada atuação na imprensa piauiense. Escrevia sobre os mais variados assuntos, principalmente no campo da sociologia, da política e temas sociais.
Publicou “O Homem, a Sociedade, o Direito”. Concepção positiva do Direito; Ideias Dominantes na Evolução Humana e Osvaldo Splengler. Sociólogo e Jurista. Foi Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
O jornalismo de Simplício de Sousa Mendes trazia a marca da espontaneidade do seu espírito, que não se prendia ao cotidiano, nem via os fatos como uma parcela isolada da realidade. A ele interessava o mundo das relações, dos resultados e a importância que os homens e os seus atos representavam no complexo da vida social. Faleceu em Teresina (PI) a 02 de janeiro de 1971.

Quem foi José de Arimathéa Tito?
José de Arimathéa Tito nasceu em Barras (PI), em 18 de março de 1887. Filho de Silvestre Tito Castelo Branco e Rosa Amélia de Castro Tito. Bacharel pela Faculdade de Direito de Recife (PE). Juiz Distrital de Piripiri (PI), onde foi um dos fundadores de um educandário. Promotor Público e Juiz de Distrito em Barras, onde fundou e manteve estabelecimentos de ensino. Juiz de Direito de Teresina.
Professor catedrático de Direito Civil da Faculdade de Direito do Piauí. Como Juiz, jamais teve uma sentença reformada por qualquer Tribunal. Membro da Academia Piauiense de Letras.
Fundou duas instituições de ensino: o Instituto Arcoverde, em Piripiri e o Ateneu São José, em Barras. Foi advogado, magistrado, jornalista, jurista e professor. Poeta, pertenceu à Academia Piauiense de Letras.
Orador criativo e de grande eloquência. Poeta primoroso, de temas sentimentais. Jurista renomado, foi aposentado por decreto arbitrário de Interventor Federal em 1939. Obras publicadas: “Um cidadão digno” (sobre o desembargador Esmaragdo de Freitas e Sousa), “Justiça Nacional” (estudos jurídicos) e “Sonetos”, este último de publicação póstuma. Pertenceu ao Tribunal Regional Eleitoral. Ingressou no Tribunal de Justiça do Piauí em 1938. Faleceu em Teresina, a 24 de março de 1963.

Quem foi Joaquim Vaz da Costa?
Joaquim Vaz da Costa nasceu em São Raimundo Nonato (PI), em 28 de julho de 1886. Bacharel pela Faculdade de Direito de Recife (PE). Magistrado, professor, jornalista e escritor. Promotor Público em Amarante (PI) e Juiz de Direito em São João do Piauí. Um dos chefes da revolução de 1930 no seu Estado natal. Chefe revolucionário.
Sua atuação na Revolução de 30 concorreu para a deposição, pela Polícia Militar, do Interventor Federal Humberto de Arêa Leão, assumindo o governo das 12 às 21 horas do dia 21 de janeiro de 1931, quando passou o Poder ao capitão Lemos da Cunha.
Um dos fundadores da Faculdade de Direito do Piauí e seu professor catedrático de Direito Civil. Jornalista combativo. Publicou “Arengas e Retalhos” e “Engenho D’água”. Corajoso e honesto. Exonerou-se do cargo de Desembargador. Faleceu em Teresina, a 13 de janeiro de 1972. Patrono do Fórum da Comarca de São João do Piauí.
Nesse ambiente de grandes mudanças, a FADI surge a partir não apenas de sonhos pessoais, mas de aspirações sociais e culturais dos piauienses, frente a todo contexto histórico outrora evidenciado. Em decorrência disso, a FADI foi a 16ª faculdade de Direito do Brasil, após quase 104 anos, desde a instituição das primeiras faculdades de Direito do Brasil.
Em primeiro momento, a FADI funcionou, provisoriamente, nas instalações da antiga Assembleia Legislativa do Estado, demarcando, desse modo, a necessidade de uma sede própria. Na sua origem, como já mencionado, a faculdade de Direito do Piauí nasceu na condição de uma instituição particular, todavia, em decorrência de dificuldades dos mantenedores, suas despesas foram estadualizadas, regulamentada pelo decreto n. 1471, de 16 de agosto de 1932. E neste mesmo ano, a faculdade ganhou nova sede, passando a funcionar na Rua Coelho Rodrigues, e lá permanecendo até a criação da UFPI, quando foi transferida para campus universitário, o antigo prédio onde estava sediada a Velha Salamanca, que hoje abriga a Biblioteca Pública Estadual Desembargador Cromwell de Carvalho.
É importante salientar que a primeira turma de bacharéis, em Direito, formados pela Faculdade de Direito do Piauí, concluiu seus estudos em 1935, sendo todos os concludentes do sexo masculino, passando – hoje, por um processo de acesso mais democrático e equânime.
A FADI figura como formadora de inúmeros juristas de sólidas carreiras privadas e públicas, abrindo espaço para debates plurais, dialéticos – fomentando a pesquisa e a criticidade, tornando o corpo jurídico, do estado do Piauí, mais preparado e competente.
Nesse bojo, segundo o historiador Eric Hobsbawm: quando a mudança social acelera ou transforma a sociedade, para além de um certo ponto, o passado deve cessar de ser o padrão do presente, e pode, no máximo, tornar-se modelo para o mesmo e a FADI representa justamente essa ruptura, sendo um marco de transformação para o cenário Jurídico do estado do Piauí.
Segundo o professor Charles Camillo da Silveira, professor do Departamento de Ciências Jurídicas e ex Reitor da Universidade Federal do Piauí “[…] só faz história quem conhece a sua história, e só caminha no crescer quem tem a paciência, a tranquilidade de olhar para trás, de enxergar as pegadas e tentar trilhar um caminho, desviando os encurtadores para que possamos chegar a um bom lugar”.
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